As pessoas mais sensíveis estão mais sujeitas ao sofrimento, porque vivem da esperança, mesmo se íntima, que os outros vão reagir como elas esperam.
E elas esperam quase sempre. Amam, doam-se verdadeira e inteiramente e quando o retorno não vem, sentem-se feridas, pequenas, magoadas e até mesmo mal-amadas.
Não aprendemos ainda a "receber" o outro tal qual ele se oferece. Todas as outras pessoas que nos cercam não são pedaços de nós espalhados, mas sim seres independentes, com personalidade diferente, maneira de amar e se entregar que pode não condizer com o que nós somos. Mas amar diferente não é amar menos, é só amar diferente.
Amar sem esperar retorno é amar incondicionalmente. Difícil, difícil!... Cobramos sempre, dos nossos pais, da família, dos amigos, daqueles que fazem parte do nosso dia-a-dia. Mesmo se essa cobrança é implícita, ela existe. E somos conscientes, senão isso não causaria sofrimento.
É verdade que é cansativo dar-se a cada instante e se contentar disso sem esperas. Geralmente quem dá, dá o que gostaria de receber. Quem visita, convida, telefona, diz coisas agradáveis... vive em constante expectativa de receber o mesmo.
É como dar um presente e ficar esperando pra ver se o outro gostou. No fundo queremos que gostem, que digam algo agradável, que fiquem felizes para que nos sintamos recompensados pelo ato.
Amar, porque é natural é sublime e divino. Amar sem desprendimento, simplesmente porque o outro traz ternura ao nosso coração é algo que precisamos exercitar.
Se lavamos nossa alma das expectativas do sentimento dos outros, aprenderemos a amar como Cristo nos ensinou. Aprenderemos a ser felizes não por que os outros nos correspondem, mas simplesmente pelo fato de existirem e trazerem ao nosso coração esses raios de luz que nos iluminam e tornam nossa vida mais encantada.